Tuesday, April 13, 2010
Direto na tela
Não reviso ou rascunho o que vem pra cá. Penso um pouco antes de vir, requento o que me tem coçado a mente e lá vai. Uns dias estou mais perto do tema noutros muito longe. Aos poucos gostaria de fazer deste lugar um espaço de acesso particular e público. Mais ou menos como é agora, só que com mais informações para a formação. Tive três dias de rotina átipica em relação as questões do ator. poucas horas, ou nenhuma, para qualquer outra questão e não me sinto lotado. cabe tudo na cabeça e vai pro corpo e depois some, mas quando vem da mesma dose o corpo sente. Dos muitos métodos de ação em cena o que se tem no fim é o acontecimento vivo. perto, que aciona memórias, que quebra o tempo na sua frente. a atuação é sempre outro tempo. não tem agora absoluto no teatro. o texto, a cena, a luz, o corpo, vêm devagar a nossa cabeça, um pouco antes de chegar no presente. e o que foi dito, quem tossiu, o que falhou, o que foi lindo, quem não riu, não nos abandona numa apresentação enquanto não se encerra a peça. Penso em um quadro ao ser pintado. Em um texto ao ser digitado. Assim podeira ser a peça em cena. Planejada, ensaiada mas um experimento como este aqui, direto na tela.
Sunday, April 11, 2010
Os textos dos últimos dias (que não vieram ainda)
Vim cá ver e Glauco ainda me olha. É o luto que demora. Há mais idade que seu filho, eu rio com o que dele sai. Na Circo. Na chiclete e outras mais. Glauco é o nome de um irmão que tenho. Talvez o primeiro e ele está a um telefonema. Mas perdemos o aprofundar um pouco. Mas quando o leio na rede e vejo o que ele lê, reconheço o cara que tem faca no pensar. Que só se deixa tocar pelo que há de seco e direto na poesia. Ele me apresentou Dylan Thomas. Me apresentou Joy Division. O Glauco meu amigo que está bem e vivo. E agora penso que também para gastar o banal serve a rede. Para que quando eu o veja possa ir direto ao assunto. /// Todos as vezes que vim aqui escrever sobre o ator, sobre ensaio, sobre escrita em teatro, sobre vida que segue, me deparei com seu nome e não podia postar. Hoje me forcei, pelo título, a invocar as idéias travadas, mas nada. Mais um pouco de Glauco saiu. Há muito talvez dele em mim. Mais do que eu poderia levar. Talvez não possa devolver o que trouxe, ele não quer talvez. Não sei. Outro dia fui na praça que me habita ainda. Ver mãe na páscoa. E vi Caio com amigos maiores. Caio é filho do irmão que tive pequeno por ser vizinho. Eles jogavam bola. E nisso há mais do que mil textos poderiam contar. /// Pensar a arte de atuar, é também visitar nossa fragilidade. E quando passo rápido por onde nasci é que me sinto mais covarde.
Tuesday, April 06, 2010
Ensaio
Minhas melhores lembranças de ter chegado perto de algo bom e poderoso em cena vem de ensaios. Se eu tivesse passado, ou acreditasse que se pudesse mesmo passar, pela experiência de uma cena que arrepia a alma a cada apresentação, faria esta mesma cena para sempre. E sei que isso seria o suficiente para me sentir ator e viver deste ofício. Mas trata-se de viver e não repetir. E o que melhor consigo em cena é repetir algo num nível bem abaixo do exemplar mas acima do ordinário numa média geral. E a surpresa que tenho tido nos últimos anos é que isso também é o bastante para seguir atuando.
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