Friday, June 13, 2008

Fórmula

Não há. Será? Não há jeito de dar certo sempre. Uma coisa em cena. Uma dita. Um dizer. Não há jeito correto para ser? Estar no presente? Não há fórmula. Me repito até entregar-me ao acaso medido de cada momento de representação. Mas no fundo me pergunto: Será?

Persigo, sem muito me tomar, um troço, coisa, tralha, trem, que me dê a ponte para o átimo de cada ser em cena. Os tantos mil átimos de prazer e presença. Nunca tive a sensação de dominar uma peça. O mais perto que cheguei disso, me deu na peça um prêmio de atuação, um prêmio de direção ao Nelson Xavier, nos deu o prêmio de melhor espetáculo no júri popular e nos dá um retorno de público que rende frutos até hoje, mas também me deu um trote. Pensei, enquanto dizia a última estrofe deste espetáculo, que enfim acabara de realizar a apresentação mais deliciosa de minha vida de ator. E então, claro, travei a língua. Foi bem pouco. Não atrapalhou. Ninguém viu, pensei. Mas na semana seguinte, depois de me cumprimentar pela apresentação. Depois de me fazer ver que ele gostou do espetáculo, Luiz Carlos Vasconcellos, me disse: Mas houve uma tropeçadinha no final, né?

E eu disse o quê? Eu disse, é.

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